ALMENARA EM CORDEL
Autores: Turma da Oficina de Recursos Culturais e Educativos da Poesia de Cordel
Almera/MG -2011 capa Célia khouri
ALMENARA EM CORDEL
Preste atenção minha gente
Em tudo que vou contar
A história de uma cidade
De cultura popular
Vale do Jequitinhonha
De Almenara vou falar
Almenara tem a música
Artesanato e poesia
Capoeira lavadeiras
E também muita folia
Maria do Bode e Reis
Garantem a alegria
Nas opções musicais
Canta, canta o sabiá
Em seus bailes seresteiros
O molejo do dançar
Zé Piska e Renatinho
Na cantoria a tocar
Canoeiros remam, levam
Lavadeiras cantam, dançam
Poetas e cantadores
Compõem, recitam e cantam
Assim, em prosas e versos
Eles brincam e encantam
As palavras saltitantes
Com fascínio e magia
Faz o “Peca” recitar
Numa noite calma e fria
O “Vitório” declamar
Sua arte na poesia
Buscando materiais
“Magela” vai garimpar
Catando lixo que acha
Numa Mata Ciliar
Junta tudo no embornal
E vai pra casa bordar
Nos arredores das artes
Tudo se constrói e cria
“Adelícia” no bordado
João Cipó na cestaria
Zé do Balaio a trançar
No corre corre do dia
A arte é importante
Porque ela pode informar
Educando, transformando
No trançar, pintar bordar
Os ofícios dos artistas
São formas de se expressar
Na festa tradicional
Degusta-se tapioca
Caldo, beiju e farinha
E povo numa fofoca
Fica medindo a raiz
Da mais grossa mandioca
Tem folia e tem fogueira
Bandeirolas e balão
Quadrilha e barraquinhas
Canjica, assado, quentão
E forró a noite inteira
Viva!Viva! São João!
Há muitos anos passados
Com a bandeira na mão
Combatendo os espanhóis
Veio o Alferes Julião
Aqui fincou seu legado
Desbravou nosso sertão
O rio Jequi tinha onha
Ouro, diamantes também
Enchiam bolsos de muitos
Que lutavam por vintém
Canoeiros Vigilantes
São notícias que se tem
Na cidade de Almenara
A pecuária é o forte
Tem gado de toda raça
Gado de leite e de corte
Do vaqueiro ao fazendeiro
Tem gente de toda a sorte
O povo aqui compra tudo
Compra ouro toda hora
Compra até moça bonita
Para levarem par fora
Prestem bastante atenção
Não no ontem, mas no agora
Na igrejinha de Monsa
Seu Manel era atração
Fotografava a todos
Não perdia ocasião
De fazer algumas poses
Mudando-se a posição
A cidade foi crescendo
Vindo com ela o progresso
Uma ponte construída
Pra melhorar o acesso
Da rodovia á cidade
Fato de grande sucesso
Seu Olindo de Miranda
O Mercado inaugurou
Requeijão, farinha, queijo
E biscoito avoador
Delícias da região
O nosso povo aprovou
Chega a hora da mudança
O povo se fortalece
Desafiando os princípios
Na região que empobrece
Mesmo crescendo a nação
Nossa pontuação desce
Pensando melhor a vida
Num povo mobilizado
Criaremos equilíbrio
Do público com o privado
Parceria indispensável
De um ato legitimado
Riqueza temos de sobra
Não na parte industrial
Há muita fome e tristeza
Tratada como normal
Pra sair do isolamento
Nós temos potencial
Nosso povo está sedento
Clama por transformação
O terceiro setor vem
Atento á situação
Informando ao povo da
Sua força de ação
No tempo dos coronéis
Curral de voto existia
Mudou apenas um pouco
Chegando a democracia
Não se deve vender voto
Por comida ou moradia
O jequi que você vê
Foi um dia navegável
Hoje as águas desfalecem
Prejuízo incalculável
Que bombeia como sangue
E permanece adorável
Maior praia fluvial
Até lazer já se viu
Para o povo do Vigia
De alimento já serviu
Viajo nos pensamentos
A pensar no que se ouviu
Das claras, barrentas águas
As águas que do ouro tinha
Chora Almenara a natura
O seu pranto pobrezinha
Riquezas da nossa terra
Tesouro da ribeirinha
Nossos jovens têm anseios
Que não sabem explicar
Vão ao morro do cruzeiro
Divertir-se, flutuar
Piquenique e diversão
Nunca irão lhes faltar
Cruzeiro de morros belos
Que os jovens praticam trilhas
Sobem e descem montanhas
Enfrentando as armadilhas
Que estão por detrás das matas
Onde se vê maravilhas
Cidades de bairros santos
Francisco, Antônio Tadeu
Vila Serrana no alto
Panorâmico nasceu
Planalto ficou no pico
Cidade nova nasceu
O Tola virou São Pedro
Cidade Verde surgiu
E com essa divisão
Darwin Cordeiro expandiu
Almenara ficou grande
E o crescimento seguiu
Com seu clima tropical
Firma belos horizontes
Serras e montanhas verdes
Já não brilhas como dantes
Quem te cuidas princesinha?
Vales emocionantes
Contando ainda a você
O cordel com simpatia
Almenara também foi
Chamada Vale Vigia
Ontem viveu sua história
E hoje exporta alegria
Aqui a nossa Almenara
Mostra a cara, nossa gente
Construindo sua história
Pé no chão, seguindo em frente
Aquele que aqui pisar
Leva Almenara na mente.
Turma da oficina: Recurso Culturais e Educativos da Poesia de Cordel – 11 a 15 de abril de 2011
Oficineiro: Abdias Campos
Ábias Ferraz de Oliveira
Alba Valéria Freitas Dutra
Célia Maria Soares El-khouri
Cláudia Goés de Almeida Ferraz
Cleide Alves Lima
Cleonice Maria pereira
Dayse Negreiros Costa
Elizabeth Pinto Rocha
Fernando Souza Lima
Geraldo Magela lima de Albuquerque
Gláucia Alves França de Figueiredo
Jéssica Castro Cangussú
Judite Almeida Rodrigues
Jucenélia Xavier de Souza
Luciana Cançado da Cunha Peixoto
Maria de Lourdes Amorim Rocha
Maria do Socorro M. Guimarães
Nelcy Souza Silva
Ormezina Souza Silva
Sandra Pereira Santos
Vanúbia Monteiro de Carvalho
Realização:
Ministério
FUNARTE da Cultura BRASIL
um país de todos
Governo Federal
Apoio:
Almenara
Prefeitura municipal
Esta obra foi selecionada pela Bolsa Funarte de Circulação Literária
2 comentários:
Lindo perfeito 😍
Postar um comentário